quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O que foi a Revolução Francesa?


Com tantas injustiças, a população se revoltou contra o rei e seu poder absoluto. As principais reivindicações eram o fim dos privilégios que o clero e a nobreza desfrutavam e a instauração da igualdade civil.
O movimento teve o apoio dos burgueses, que viam a má administração como um empecilho para o desenvolvimento do capitalismo. Vários intelectuais também denunciavam a situação, e buscavam conscientizar as pessoas.

Iluminismo

pensamento iluminista que tinha surgido na França, e que se propagou entre os burgueses, propulsionou o início da Revolução Francesa ao passo que esse movimento intelectual destinava duras críticas às práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, bem como às determinações religiosas, especialmente no que respeitava aos privilégios concedidos ao clero.

Crise Econômica e Política

A crítica situação econômica, às vésperas da revolução de 1789, exigia reformas urgentes e gerava uma grave crise política. Ocorreu uma onda de falências, acompanhada de desempregos e queda de salários, arruinando o comércio nacional. As crises econômicas se juntaram às políticas, com demissão de ministros que haviam convocado a nobreza e o clero para contribuírem no pagamento de impostos.
Pressionado pela crise, Luís XVI convoca os Estados Gerais, uma assembleia formada pelas três divisões da sociedade francesa: o Primeiro Estado - composto pelo clero; o Segundo Estado - formado pela nobreza e o Terceiro Estado - composto por todos aqueles que não pertenciam ao Primeiro nem ao Segundo Estado, no qual se destacava a burguesia.

Reunidos no Palácio de Versalhes, o Terceiro Estado se declara representante da nação, formando a Assembleia Nacional Constituinte e jurando permanecer reunidos até que ficasse pronta a Constituição.

1- Fase - Assembleia Nacional Constituinte Francesa:
 Foi formada pela Assembleia dos estados gerais em maio de 1789, nas primeiras fases da Revolução Francesa e foi dissolvida a 30 de Setembro de 1791.Foi uma constituição criada pelo terceiro estado (camponeses, artesãos, burgueses) que limitava os poderes do rei, e eliminava os privilégios do primeiro (clero) e segundo (nobreza) estamentos ou estados. O rei Luís XVI aparentemente aceitou o funcionamento da Assembleia Nacional Constituinte, porém impôs a condição de que dela participassem os representantes do clero e da nobreza.
Uma das principais decisões desta assembleia foi a adoção da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.


2- Fase - Monarquia Constitucional: 
Em 1791, após a elaboração da Carta Constitucional, a França tornou-se uma Monarquia Constitucional, dominada pela burguesia. Os principais pontos dessa constituição foram:
• Igualdade jurídica de todos os cidadãos franceses. (mantendo-se a escravidão nas colônias).
• Completa liberdade de produção e de comércio e proibição das greves dos trabalhadores.
• Liberdade de crença religiosa e a separação entre Estado e Religião.
• Divisão do Estado em três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Nas eleições, foi instituído o voto censitário.

3- Fase - Convenção nacional:

A fase da Convenção Nacional da Revolução Francesa marca a tomada de poder a ser realizada pelas camadas populares francesas. Nesse período a tomada das armas para a participação na Batalha de Valmy e a insatisfação dada pelos resultados da monarquia constitucional motivou a convocação de uma Convenção Nacional. Essa nova instituição haveria de elaborar uma nova carta constituinte que viesse a superar os limites do regime anterior.


4- Fase - Diretório:

A fase jacobina da Revolução Francesa marcou um período de grande instabilidade dentro do país. Os exércitos contra-revolucionários, a crise econômica e a perseguição política ameaçavam o sucesso revolucionário. Não conseguindo contornar os desafios do momento, as alas moderadas do cenário político francês tomaram a frente no governo. Os girondinos, representantes da alta burguesia, iniciaram uma nova fase revolucionária.
Em agosto de 1795, criaram uma nova constituição nacional. Nela, todos os direitos de propriedade revogados pelos jacobinos foram revalidados. Dessa forma, a burguesia voltava a ter o controle sobre seus bens e negócios. Além disso, o governo seria controlado por um diretório composto por cinco deputados. Inconformados, os radicais jacobinos tentaram reverter o cenário político. No ano de 1796, sob o comando de “Graco” Babeuf, golpistas tentaram acabar com o Diretório,
Causas:

- Descontentamento do Terceiro Estado (burguesia, trabalhadores urbanos, camponeses), que era a grande maioria da sociedade, com os privilégios da nobreza e do clero;

- Os integrantes do Terceiro Estado deviam pagar altos impostos, enquanto clero e nobreza eram isentos. Esta disparidade gerava muita revolta em grande parte da população;

- Quase todas as terras do território francês estavam nas mãos da nobreza, fato que também gerava muita revolta na população;

- As pessoas que contestavam o absolutismo na França eram presas na Bastilha (espécie de prisão política da monarquia) ou enviadas para a guilhotina;

- Péssimas condições de vida enfrentadas pelos trabalhos urbanos (carga de trabalho elevada é baixos salários) e camponeses (viviam praticamente em situação de miséria);

- Elevados gastos da nobreza com luxo (festas, banquetes, roupas caras, joias, etc.), enquanto grande parte da população vivia em péssimas condições de vida;

- Grande vontade da alta burguesia comercial em participar das decisões políticas da França. A burguesia queria também maior liberdade econômica, com pouca interferência do governo;

- Grande influência dos ideais iluministas, que defendia o fim do absolutismo, sobre os intelectuais e integrantes da alta burguesia.

Consequências:

Em dez anos, de 1789 a 1799, a França passou por profundas modificações políticas, sociais, e econômicas. A aristocracia do Antigo Regime perdeu seus privilégios, libertando os camponeses do antigos laços que os prendiam aos nobres e ao clero.

Desapareceram as amarras feudais que limitavam as atividades da burguesia, e criou-se um mercado de dimensão nacional.
A Revolução Francesa foi a alavanca que levou a França do estágio feudal para o capitalista, e isso só foi possível a partir das mudanças sociais e políticas, uma herança deixada para várias nações do mundo.
Em 1799 a alta burguesia aliou-se a Napoleão Bonaparte, que foi convidado a fazer parte do governo e recuperar a ordem e a estabilidade do país, proteger a riqueza da burguesia e salvá-los das manifestações populares.
Por volta de 1803 têm início as Guerras Napoleônicas, conflitos revolucionários imbuídos dos ideais da Revolução Francesa que teve como protagonista Napoleão Bonaparte. Foi uma das guerras mais importantes da história.